sábado, 7 de maio de 2011

Reencantar o mundo

"Reencantar o mundo" é um artigo do uberabense Dioclécio Campos Junior, que é médico, pesquisador associado da UnB, secretário de Estado da Criança do DF e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria. O texto saiu no jornal Correio Braziliense no último dia 18 de abril. Vale a pena ler!!!

"Reencantar o mundo

A ciência transformou a vida humana no planeta. A capacidade inventiva do homem não tem limite. Trouxe inegável progresso para a humanidade. Apurou os componentes materiais de que dependem o conforto e o bem-estar das pessoas. Melhorou enormemente as perspectivas de qualidade da existência para os habitantes da Terra.

Afora os admiráveis benefícios advindos da genialidade científica, há efeitos adversos que geram malefícios. Um dos mais sentidos na atualidade é o desencantamento do mundo. Resulta do racionalismo tecnológico que mudou a dinâmica do cérebro. Como a economia consumista tem no culto do descartável a fonte única de riqueza, o encanto imaterial desaparece. As flores não exalam mais perfume, são de plástico. O amor é efêmero, só faz transar. A amizade escoa, vira negócio. A música perde melodia, ganha decibéis. A inspiração dispensa musa, é droga dependente. O silêncio já não se ouve, a interioridade foi calada. O afeto não é o idioma da alma, reina o desafeto. O lar deixou de ser ninho, tornou-se casa própria. As igrejas não têm torres, só os empreendimentos imobiliários. A forma saudável de caminhar é sem sair do lugar, na esteira da academia. A convivência é abstração, cedeu lugar para os encontros nas salas virtuais dos chats.

O belo não é mais o que agrada, sensibiliza e comove por si mesmo, converteu-se em produto de marketing. As ruas carecem de atrativos, são paisagens automobilísticas. As luzes feéricas das cidades apagam estrelas e constelações, desbotam o luar. A poesia se aposentou, morreu a rima, atrofiou o poema, acabou o verso. O primor da infância não é vivido; a sabedoria dos idosos, desprezada. Ser não é mais, ter é tudo. A alvorada não deslumbra o despertar, o pôr do sol não comove. O beija-flor muda de comportamento, só beija recipiente de água doce pendurado na janela. Os bancos das bucólicas praças viram ruínas, despontam suntuosos os do mercado financeiro. A leitura saiu de cena, bons livros não emocionam. Filosofia encolheu, temas existenciais sucumbem no desvão da materialidade. Não há horizonte visível, edifícios e fumaças reduzem o campo visual. Espiritualidade natural recua, avança a religiosidade empresarial. Viver não é mais sonhar, resume-se a clicar.

A modernidade capitalista desencantou o universo. Retirou da natureza o viço vital que a divinizava. Demoliu-a em nome de uma avidez delirante, incapaz de pensar a vida além do imediato. Fragmentou o ambiente, desintegrando-lhe a coerência cósmica original. Projetou ilusões consumistas muito além dos recursos disponíveis no planeta. Perpetuou a guerra, eternizou a desigualdade. Descrença, indiferença, falta de entusiasmo, individualismo, são sintomas de enfermidade coletiva. Estão presentes na maioria das sociedades. A depressão é o mal do século. Embora de origem não infecciosa, contagia. Espalha-se rapidamente.

A era pós-industrial está em curso. Traz mudanças no modelo de produção da riqueza. O êxito histórico vai requerer comportamento humano diferente. A postura depressiva em expansão representa obstáculo a ser superado. A única estratégia eficaz é reencantar o mundo. Não há outra. É preciso estimular o consumo de valores que não esgotem o planeta. Buscar o prazer em melhores fontes de satisfação. Nutrir-se das artes, ingrediente para alimentação saudável da mente. Socializar a literatura, a música, a espiritualidade, o teatro, a pintura. Adquirir o saber que permita desabrochar a beleza da vida interior. Para todos, indistintamente, e com qualidade. Segundo Frédéric Lenoir, reencantar o mundo é fazer viver o divino e o humano no seio da natureza, que não pode mais ser considerada uma simples coleção de objetos.

Para fazê-lo há que se inspirar no que resta de encantado na espécie, a criança. A nascente da vida humana derrama os recursos plenos para a virada essencial. Desde a concepção, o novo ser mostra o mapa do tesouro. Esbanja alegria. Irradia luminosidade mental. Transborda secreção de afeto. Projeta vínculo universal. Verte singularidade. Enternece o contato físico. Traz o olhar da natureza para enxergar os raios sublimes que a vivificam. Contenta-se com pouco porque de quase nada necessita para desfrutar a felicidade de ser. A criança é a encarnação do encanto. Valorizada na originalidade com que vem ao mundo, revelará os segredos preciosos da imaginação. Livrará os adultos da adulteração mental que os embota. Fará pulsar as delicadas fibras da sensibilidade estética. Promoverá o inadiável reencantamento do universo."


Sem comentários né?!

Paisagens

Oiiii! Nossa, fiquei muito tempo sem postar aqui, mas é que está um pouco corrido, ai fica difícil. Hoje o post é sobre paisagens. Paisagens é uma das coisas que eu mais gosto de apreciar e fotografar, principalmente da natureza. Ficar contemplando uma bela paisagem me passa paz, tranquilidade e boas vibrações.

                                 O verde da paz
    Situado dentro do restaurante "Toca dos Dinossauros", em Peirópolis.


                             A vivacidade de um pôr do sol 
Vista do Aeroporto de Uberaba.


                              Uberaba sob outro ponto de vista
Vista da Univerdecidade.


       Créditos para o Tarcísio, meu namorado, quem tirou essa foto.
Serra de Guarujá.


Obs: Clique para ampliar.


domingo, 24 de abril de 2011

Exclusão Social

Para começar, vou postar algumas fotos que fiz para um trabalho acadêmico. No trabalho, tinhamos que tirar 10 fotos com o tema exclusão social. Como em todos os trabalhos dessa matéria, saí à campo pela cidade procurando fotos relacionadas ao tema.

                                Mais um dia ...
   

                                Acessiblidade?


                                A cigana do dente de ouro


                                Nova Schin


Olhando assim, parece que essa realidade está muito distante de nós. Enchergamos o que nos é conveniente.


Obs: Clique para ampliar.

Recomençando

Olá!!!
                                         

Esse blog foi criado no início do ano passado para ser usado como exigência de uma disciplina do 1º período do Curso de Jornalismo. Agora, um ano mais tarde e já com os antigos posts devidamete deletados, decidi dar continuidade ao blog, não mais usado para atender as exigências de uma matéria. Postarei sempre aqui elementos ligados ao jornalismo. Na maioria das vezes, fotos. Sou apaixonada por fotografia. Atualmente cursando o 3º período, faço a matéria de Fotojornalismo, o que não dá para se tornar expert no assunto, mas dá para ter alguma noções básicas. Portanto, como já mencionado, não conto com nenhum curso específico de fotografia e nem com os devidos aperfeiçoamentos. Não conto também com uma câmera profissional. Por isso esse blog não será mantido profissionalmente e sim experimentalmente e amadoramente.

Espero que vocês gostem e avante! ;)